MENU

Neri Geller vê corte no juro do crédito e quer diálogo com ruralistas

"O médio produtor precisa ter a mão do governo para equalizar as taxas e conseguir os mesmos juros que os grandes têm no mercado ou em dólar". - disse Neri Geller.
Reprodução

“Com a tendência de queda da Selic, o governo gasta menos e tem espaço para discutir a redução das taxas de juros para o próximo Plano Safra”, disse o secretário. Ele evitou cravar a mudança e projetar o tamanho da diminuição nas alíquotas, atualmente entre 4% e 12,5% nas linhas controladas de custeio e investimentos.

Geller foi nomeado secretário nos últimos dias de dezembro após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reverter a decisão que cassara seu mandato de deputado federal em 2023 e o tornara inelegível por oito anos por suposto abuso de poder econômico e triangulação bancária nas eleições de 2018. Geller chegou a ser cotado para o ministério na transição, mas o processo havia se tornado um impedimento legal para que ele assumisse qualquer cargo no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Agora, Geller espera ajudar o ministro da Agricultura Carlos Fávaro na reaproximação com setor produtivo, ainda distante da Esplanada por questões ideológicas. “Vamos ter ouvido para ouvir e capacidade para tocar para que o resultado aconteça, com menos briga e menos confusão”, disse.

Em sua visão, “a questão ideológica não se colocou como se discutia tanto na campanha (…). O governo do presidente Lula é legalista. Vamos conversar mais com o setor e vamos pacificar”, afirmou.

Geller, que já comandou a SPA em outras duas ocasiões e foi ministro de Agricultura de Dilma Rousseff, acrescentou que pretende ajudar no diálogo com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), para fortalecer as pautas do agro na Esplanada e no Congresso Nacional. Mas ele defendeu também a interlocução com o Núcleo Agrário do PT e outros grupos de diversas vertentes ideológicas.

Em relação ao crédito rural, o plano do secretário é criar novos mecanismos de financiamento privado, ampliar o orçamento para a equalização de programas específicos do Plano Safra e conectar essas ferramentas em um ecossistema capaz de atender pequenos, médios e grandes produtores.

Linhas estratégicas, como investimentos em armazéns e em inovação no campo, além do custeio do médio produtor, precisam do apoio do governo, disse. Os recursos para a agricultura familiar já são subsidiados.

Geller defendeu ainda que o ministério seja protagonista na definição das medidas de incentivo a boas práticas agropecuárias e de sustentabilidade. Está nos planos fomentar investimentos no tratamento de solo com calcário para mitigar perdas em períodos seco. Ele também irá visitar outros países para tentar oficializar repasses de recursos internacionais para as ações de agropecuária de baixo carbono no Brasil.

Rafael Walendorff – Globo Rural

Regionais

plugins premium WordPress