Já imaginou ver o mundo em preto e branco? É assim, sem cores, que enxerga a atriz Aria Mia Loberti, estrela da minisserie Toda a luz que não podemos ver, da Netflix.
Indicada a melhor série no Globo de Ouro de 2024, a trama é protagonizada pela personagem Marie-Laure, uma jovem francesa cega. A atriz que dá vida à personagem, porém, ainda enxerga um pouco: ela tem baixa visão e não pode distinguir cores graças à acromatopsia.
“Eu e meus pais sempre lutamos para que eu pudesse ter acesso à educação e as oportunidades, mesmo com a deficiência. Aprendi a me defender com as palavras. Acho que ter que me defender desde muito jovem me incutiu que os atores e contadores de histórias têm muito poder”, conta Aria em entrevista à sua ex-universiade.
Acromatopsia
A acromatopsia é uma doença genética que impede que seu portador identifique cores. Além disso, ela diminui a visão, causa sensibilidade excessiva à luz (fotofobia) e movimentos involuntários dos olhos.
“A acromatopsia é uma condição extremamente rara. Ela é uma alteração da retina que é congênita, ou seja, vem desde o nascimento, e é caracterizada pela ausência ou mau funcionamento das células fotorreceptoras da retina, os cones”, explica o oftalmologista Vinicius Kniggendorf, especialista em retina e vítreo no Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), de Brasília.
O diagnóstico da condição geralmente é feito por familiares (que notam a dificuldade de ver cores) e confirmado através de exames oftalmológicos mais amplos, incluindo testes de visão de cores e avaliação da função retiniana.
“Atualmente, não existe uma cura definitiva para a acromatopsia, mas existem estratégias de gestão. Isso pode incluir o uso de óculos especiais para reduzir a sensibilidade à luz intensa e intervenções para melhorar a visão noturna”, detalha o médico.
Bruno Bucis – Metrópoles