Hidrovia entre Porto Murtinho e Cáceres pode ser concedida à iniciativa privada no próximo ano, com investimentos em infraestrutura e aumento da capacidade de transporte.
Em meio à seca histórica que afeta o Rio Paraguai, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) segue firme em seu plano de privatizar a hidrovia até 2025. A concessão visa impulsionar o transporte de cargas na região, com investimentos em dragagens, sinalização e outras benfeitorias.
Cobrança de pedágio para cargas e isenção para o turismo:
A tarifa de pedágio será direcionada apenas às embarcações de transporte de carga, enquanto o setor de turismo, que utiliza o rio para transporte de passageiros e pesca, estará livre da cobrança. A implementação das tarifas, contudo, dependerá da conclusão das benfeitorias nas vias, como sinalização, balizamento, obras de dragagem e disponibilização de cartas náuticas digitais.
Potencial de crescimento e desafios ambientais:
A Antaq acredita que a privatização pode aumentar o volume transportado pelo Rio Paraguai em até quatro vezes. A proposta de concessão prevê a ampliação da navegabilidade até Cáceres, em Mato Grosso, o que gera preocupações entre ambientalistas que temem impactos negativos no fluxo das águas e na biodiversidade local.
Dragagens em andamento e projetos futuros:
Apesar das preocupações, dragagens e desobstruções de vegetação já estão em andamento ao longo de 680 km entre Corumbá e Cáceres, com um investimento de R$ 81 milhões. Entre Ladário e Porto Murtinho, há previsão para dragagem de bancos de areia que atrasam as viagens, com um orçamento de R$ 95 milhões alocado no Novo PAC.
Próximos passos:
O projeto de concessão do Rio Paraguai deve ser entregue ao Tribunal de Contas da União até dezembro deste ano. Após a aprovação do TCU, o processo licitatório será iniciado.